quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Como Criar Uma Igreja de Sucesso


Por Marco Finito

1º Confusão Bíblica:

A bíblia pode se tornar uma arma tendenciosa quando mal manipulada. Podemos colocar doutrinas extremistas em cima de versos isolados. Assim criamos ideologias-movimentos até que isto tome forma e força e se torne uma grande doutrina de fé.

Existem diversos elementos para o início de um novo movimento religioso; a confusão bíblica é a primeira etapa.

Podemos “literalizar” alguns pontos chaves para o sucesso da igreja como a obrigatoriedade do dízimo em troca de bençãos, lealdade perante a própria doutrina, líder e denominação, assim depreciando qualquer outra doutrina e denominação colocando a própria como irrevogável e “inerrante”.


2º Líder Carismático:

Uma boa pedida para qualquer igreja que deseja ser um sucesso de linha é ter um líder extremamente forte, com personalidade cativante e carisma suficiente para arrebatar as multidões. As pessoas devem ser advertidas para não questionarem esse "homem de Deus" por causa da "unção" que está sobre ele. A força e a autoridade espiritual não podem faltar neste homem.

Falar bem é preciso para ser convincente e muitas vezes até adorado e fervorosamente defendido por seus fiéis, mesmo quando este líder estiver notoriamente errado. Engana-se quem acredita que este líder deve ser uma pessoa inculta, muitos são formados com grau superior como cursos de Administração de Empresas e Psicologia, não que isso seja uma regra, mas mesmo sem curso superior o líder deve ser no minimo bem informado sobre tudo o que ocorre no mundo que ele mesmo quer atingir e impactar.


3º Mesmerização e Emocionalismo:

O emocional também precisa ser trabalhado para que o fiel não saia frustrado do culto. Um culto pouco avivado é um culto falido.

À medida que a igreja torna-se grande e forte, os próprios elementos do sucesso a tornam uma rede quase impossível para as pessoas saírem. A emoção de possíveis expectativas de emprego e sucesso financeiro causado pelos fervorosos apelos emocionais, entre estes testemunhos chorosos de vitória, são coisas que prendem e chamam a atenção do espectador iniciante ,até que o mesmo esteja confiante de que tudo que acontece para um, com certeza deverá acontecer para ele também.

Há um efeito de mesmerização "visão, audição e sensação" que caracteriza qualquer igreja de sucesso.

Movimentos como o G12 são ferramentas eficazes para uma popularização ou manipulação treinada das massas. Fortes sensações precisam ser causadas trazendo um grande impacto e o “Encontro com Deus” consegue ter essa eficácia. A convicção causada por uma fé racional e que questiona e não se conforma com o que está errado deve ser trocada por qualquer apelo emocional por que assim uma pessoa que tem carisma emotivada dentro de um movimento nunca o irá questionar.

O Louvor deve seguir a tendência das igrejas da moda do Brasil ou trazer outras tendências que estão dando certo lá fora. Invista em bons músicos por que a maioria das pessoas quer mesmo um bom show executado de forma primorosa.


4º Sucesso Financeiro, Radiofônico e Televisivo:

Quando se está na mídia tudo é mais fácil, e para estar na mídia precisa-se de um investimento pesado em televisão e rádio. Faça propósitos de conquistar o Brasil. Fale sobre estratégias de evangelismo para a nação. Isso te ajudará a levantar desafios de arrecadações financeiras fora o dízimo. E não esqueça de dizer a velha frase; "Não retenha o que é de Deus. Dê e Deus te devolverá boa medida, sacudida e transbordante".

Muitas vezes também da certo investir em artistas gospel exclusivos para a sua própria gravadora. Não toque os outros artistas dentro da sua igreja, diga que as outras músicas não fazem parte da visão que Deus te deu.

O sucesso financeiro depende de seus fiéis se eles encontrarem bons produtos como bíblias temáticas, bandas que ele gosta no estilo que ele quer, e ainda outros diversos acessórios na igreja. Ele será cativado e impulsionado a consumir os seus produtos, pelo simples fato do selo de garantia gospel de qualidade e santidade. E contudo, ainda aconselhe ao não consumo de qualquer produto secular, seja ele um mero detergente, fralda, cd e etc.

Envolva-os no seu mundo gospel com produtos que você tem à dispor. Defina que todos os produtos são feitos nas franquias infernais conspiratórias contra o "Reino do Deus Gospel".


5º Apologética Contra Acusadores :

Quando sua igreja estiver no topo surgirão pessoas que o atacarão. Afinal a igreja está em destaque. Observe se quem te acusa tem pontos fracos a serem atacados também. Crie uma fundamentação de perseguição do povo cristão. Endemonize as acusações de forma vigorosa ao ponto de verem quem te acusa como o próprio diabo encarnado. Passando pelo quinto passo você conseguira manter sua igreja de sucesso por muito tempo. E tome cuidado com a sonegação do imposto de renda, porque isso da cadeia.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O pastor do século XXI

Por Márcio de Souza

Qual a função do pastor no século XXI? O que deve se esperar de um ministro do evangelho em tempos de pós-modernismo? A resposta é simples! A mesma coisa que se esperaria no I século. Mas que função é essa?

Para alcançarmos o pensamento apostólico acerca do que é trabalho pastoral, precisamos viajar até os versos 11 e 12 do capítulo 4 de efésios. Lá o apóstolo diz que Deus deu ministérios diversos aos homens dentre eles o de pastor-mestre. A função desse ministério é aperfeiçoar os santos para o serviço do Reino e para edificação do corpo de Cristo.

Sinceramente não existe coisa mais bela do que ajudar as pessoas a alcançar seus sonhos, principalmente quando se trata da área espiritual, quando se trata de estar no centro da vontade de Deus.

A obra do pastor, é treinar as pessoas para servir, mas também é ministrar cura a alma das mesmas. Ele é um facilitador e não um guru.

O grande problema é que hoje 80% do trabalho pastoral é constituído de encontros para apagar incêndios, uma correria louca onde você é absorvido ao extremo atendendo pessoas que já tem algum tempo de caminhada. Os novos convertidos não carregam os ranços nem as mazelas de denominações, não andam conforme a política igrejeira, mas vivem o primeiro amor! O pastor virou empregado da igreja, ele tem obrigação de resolver tudo que diz respeito à igreja, ele precisa saber do que se passa em cada canto e tudo isso sem ao menos receber uma dica.

Não sou superpastor, nem quero ser, isso é papel para gente que tem megalomania, que é louco e que não entendeu o evangelho. Gente que dia e noite pretende dominar o mundo adquirindo terrenos de 4 milhões de reais para realização do “seu sonho” e que anda em carros importados caríssimos enquanto a comunidade que pastoreia chafurda no escorregadio lodo da miséria e mendiga a benção do “megapastor” no culto da vitória. Chega disso...

Se Paulo estivesse vivo entregaria o corpo desses ao diabo para ver se a alma se salva, assim como fez com Alexandre, o latoeiro e Himemeu por muito menos que isso. Mas mesmo assim, esses homens não sairão ilesos do que andam fazendo, trocaram o ministério pastoral pela vida abastada, comem a gordura das ovelhas e vestem-se com a lã de forma que o próprio Deus vai pedir contas do que fizeram com tamanha responsabilidade. Para concluir, ser pastor no século XXI não é viver o ministério da abastança, do gasto fácil, das grandes festas, dos constantes movimentos de pseudo-avivamento. Mas é composto de muito choro e pouco riso, de muita luta e pouco descanso, é fogo cruzado sem trincheiras para se esquivar é ter sempre o suficiente para não cair em tentação e sempre dividir ao invés de acumular... essa é a matemática do reino... Que Deus tenha misericórdia de nós!

E no mais... tudo na mais santa paz!