quinta-feira, 4 de junho de 2009

HOMOFOBIA - PL 122/06 - PROJETO VOLTA Á CÂMARA - A LUTA CONTINUA

Acompanhe mais um capítulo da batalha contra a PL 122/06, que criminaliza a HOMOFOBIA, ma que no mesmo bojo, institui também a LEI DA MORDAÇA para quem combater o pecado do homossexualismo e do lesbianismo. A Igreja precisa continuar atenta e mobilizada, pois a luta continua.


(Publicado Sábado, 30 de Maio de 2009 - Jornal Estadão-SP)

Avaliação é da relatora do projeto; com mudanças, substitutivo terá de voltar para votação na Câmara.William Glauber


Se não for modificado,
 o projeto de lei que torna crime a homofobia no País, aprovado na Câmara após 5 anos de tramitação,será derrubado no Senado.

Para evitar o arquivamento, a relatora do PLC 122/2006, senadora Fátima Cleide (PT-RO), vai apresentar substitutivo até o fim de junho. Após oito anos de debate, o projeto amargará derrota caso seja levado à votação no Senado, admite a parlamentar. A proposta volta ao estágio da negociação de emendas no mês da maior parada gay do mundo, marcada para o dia 14, em São Paulo.

"Estou disposta a apresentar substitutivo. É o único caminho para incriminar a homofobia", diz Fátima.

Para alguns parlamentares, o texto atual instituiria uma "ditadura gay" no País. Em sua avaliação, a visão de religiosos que qualificam a homossexualidade como pecado poderia se tornar crime caso o PLC seja aprovado.

"O projeto pune manifestações de pastores e padres que causem constrangimento e humilhação. Mas pensamos em excluir esse tema.Já há um certo acordo", afirmou a relatora ao Estado. A senadora, porém, recusa-se a detalhar quais serão as concessões. "Se disser que vou retirar o padre e o bispo, vão querer retirar também os pontos que tratam da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e outras penalidades. Aí, acabou o projeto de novo."

Fátima pretende consultar especialistas para redigir o novo projeto. A proposta inicial foi apresentada pela deputada Iara Bernardi (PT-SP) em 2001 e aprovada em 2006. O PLC estacionou em comissões do Senado. Agora, o substitutivo terá de voltar à Câmara.

O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT), Toni Reis, não considera o novo texto um retrocesso. "Pelo contrário, é um amadurecimento do movimento. (Mas) pode demorar. Vamos negociar com a Frente Parlamentar (pela Cidadania LGBT) para acelerar", afirma Reis.

MUDANÇAS

O PLC altera a Lei de Combate ao Racismo, a CLT e o Código Penal e inclui "gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero" nos crimes de "discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência". É o inciso contra "ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica" que enfrenta resistência religiosa.

senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, propôs a supressão do inciso. "Precisamos preservar o livre exercício do culto religioso e garantir o direito dos homossexuais", afirma. "Não podemos tornar crime as opiniões."Se acatadas as suas sugestões, o senador afirma que vota pela aprovação do textoSegundo Crivella, sua proposta iguala homofobia ao racismo. "Concordo com as penas. Qualquer extrapolação que possa incitar o ódio estará na lei como crime."

O senador Magno Malta (PR-ES) apresenta voto pela rejeição ao projeto. Procurado pela reportagem durante duas semanas, não respondeu.

Questionada, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)informou, por sua assessoria de imprensa, que não tem posicionamento oficial, mas repudia a discriminação.

Conhecida por decisões favoráveis a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, Maria Berenice Dias, ex-desembargadora do Tribunal de Justiça do RS, afirma que não há justificativa para posicionamento contrário ao projeto. "Querem manter a prerrogativa de falar contra homossexuais", diz. "Há manipulações para retardar a lei. Infelizmente, prefiro que o projeto seja rejeitado. Os parlamentares, assim, assumem posição contra essa população."

NEGOCIAÇÃO

Fátima Cleide Senadora (PT-RO) "Estou disposta a apresentar um substitutivo. É o único caminho para incriminar a homofobia" Marcelo Crivella Senador (PRB-RJ) "Não podemos tornar crime as opiniões"

Para saber sobre o perigoso acordo entre o Sen. Crivella e os ativistas gays leio a o artigo:
http://juliosevero.blogspot.com/2009/05/plc-122-o-que-crivella-esta-negociando.html

Fonte: Zenóbio Fonseca

Um comentário:

daladier.blogspot.com disse...

Esse negócio vai longe meu irmão. Infelizmente, não estamos articulados e vamos ser prejudicados. A Nota de Repúdio até hoje, 04/06/2009, 21:54h, tem 546 assinaturas! E é porque blogueiro é mais politizado, imagina os demais?!